da Efe, em Londres
Cerca de 50 grupos de defesa dos consumidores lançaram uma campanha para restringir a publicidade de "junk food" (comida rica em calorias e com péssima qualidade nutricional) destinada à população infantil.
A campanha exige um código voluntário de boa conduta que seria assinado pelas empresas e que restringiria a publicidade desse tipo de produtos nesse meio e na internet.
Seus organizadores querem também que se coloque fim a anúncios da "junk food" em escolas e deixem de ser usados famosos ou personagens de desenhos animados com fins publicitários.
Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 177 milhões de crianças de todo o mundo estão ameaçadas por doenças relacionadas com a obesidade.
A agência das Nações Unidas prevê que 2,3 bilhões de pessoas com mais de 15 anos sofrerão de obesidade até 2015.
A campanha contra a publicidade e outros métodos de promoção destes alimentos é apoiada por "International Obesity Task Force" (Grupo de Trabalho Internacional contra a Obesidade).
A entidade culpa em boa medida do fenômeno os bilhões de libras gastos ao ano em publicidade de refrigerante ou alimentos doces, gordurosos ou salgados.
"Desafiamos os gigantes da indústria alimentícia e da bebida para que apóiem nossa campanha e demonstrem que querem realmente fazer parte da solução e não do problema", disse o presidente desse grupo, Philip James, citado pela 'BBC'.
"Com o aumento da obesidade e das doenças relacionadas à dieta, as empresas do setor alimentício têm que ser mais responsáveis na hora de promover seus produtos entre o público infantil", afirma, por sua vez, Sue Davis, da organização Which?.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u382246.shtml, em 16/03/2008, às 19:15h.
Aí, galera. Esta notícia é bem recente e, acredito, bastante polêmica. Afinal, até onde seria correto se restringir, ainda que pela própria vontade das empresas envolvidas, a propaganda de produtos taxados como “junk foods”, ou seja, produtos com baixíssima qualidade nutricional? E qual seria a verdadeira intenção destas empresas com este compromisso?
Isso, ao meu ver, caminha para a restrição existente na maioria dos países quanto à questão da propaganda de cigarros. No Brasil, é proibida a propaganda do fumo, assim como vinculá-lo a qualquer tipo de esporte ou personagem infantil ou não. Será que a indústria da “junk food” está disposta a assinar este termo de boa conduta para tentar passar a imagem de bom mocinho, preocupado com a saúde pública, e evitar as ações milionárias indenizatórias, seguindo-se o exemplo do tabaco?
Nos Estados Unidos, não faz muito tempo, se noticiou a respeito de algumas ações propostas por pessoas obesas consumidoras das maiores indústrias de “fast food” americanas, com vistas à responsabilização destas pelas doenças decorrentes de sua obesidade.
Será este fato um indicador para estas empresas agirem estrategicamente para evitar processos futuros? Ou será que realmente são empresas não interessadas apenas em auferir lucros bilionários por ano, mas verdadeiras instituições caridosas preocupadas com o bem-estar da população, dispostas a abdicar dos lucros em prol da saúde pública?
Será que o Mc Donald’s vai parar de vender o Mclanche Feliz com aqueles brinquedinhos todos que a criançada é apaixonada, e reduzir drasticamente suas vendas (sua galinha dos ovos de ouro), pensando na saúde da molecada?!
Fica esta questão no ar para cada um dar sua opinião.
Bjos,
Luciene Oliveira.
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